Ando, de certa forma, intrigado com os misteriosos desígnios da sorte. Confesso que sinto alguma curiosidade pelos desígnios, mas são os mistérios que realmente me preocupam. Talvez seja por isso que lhe chamam mistério, mas não consigo entender os critérios na atribuição de alguns prémios. Mais concretamente as diferenças entre a atribuição do prémio Nobel, face à atribuição do Euromilhões.
Ambos são concursos, na medida em que, existe um prémio, existem concorrentes e existe uma atribuição do primeiro a um dos segundos.
Peguemos em dois sujeitos, de forma totalmente aleatória, e observemos o seu percurso de candidatura a cada um dos prémios.
- Sujeitos -
Para o Nobel, Barack Obama. Para o Euromilhões, eu.
- 1º Ponto -
Barack Obama é o único negro, que se tornou presidente dos Estados Unidos da América. Eu sou o único branco a viver no meu bairro.
Ambos os sujeitos preenchem o requisito de serem únicos.
- 2º Ponto -
Barack Obama vive na Casa Branca. Eu vivo numa casa branca.
Ambos os sujeitos sofrem do sindrome alentejano.
- 3º Ponto -
Barack Obama quer ganhar. Eu também.
Ambos os sujeitos demonstram fracos conhecimentos da “lei” das probabilidades.
- 4º Ponto -
Barack Obama não entregou as armas no Afeganistão. Eu não entreguei o boletim na papelaria.
De forma arrojada, ambos os sujeitos fizeram o contrário do esperado na sua candidatura.
Sendo claro, que ambos os sujeitos preenchem todos os requisitos da mesma forma, o prémio deveria ser atribuído, em igualdade de circunstâncias, aos dois, ou, a nenhum. Mas não.
Barack Obama ganhou o Nobel da Paz e eu ganhei, nada.
Esta diferença no resultado final, permanecerá, para mim, um mistério.
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