quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Barriga contra a pobreza

Foi com um apurado sentimento de orgulho, que recebi a notícia da realização do “Jogo Contra a Pobreza”, no Estádio da Luz. Modesto recinto onde o meu, glorioso, clube pratica futebol. Mas foi, quando soube a constituição das equipas que me senti maravilhado. De facto, saber que, de um lado do relvado alinharia uma equipa constituída pelos melhores jogadores do mundo, estando do outro, uma equipa constituída pelos jogadores das Fundações de Ronaldo e Zidane, é motivo para ficar maravilhado. Pelo menos para mim, que sou atreito a este tipo de sentimentos.
O leitor menos atento a este tipo de iniciativas estará, certamente, curioso sobre o cariz e objectivo deste jogo. Preocupado, que sou, com a sua satisfação intelectual, tentarei, de forma simples e concisa, iluminá-lo. Apesar de envolto numa aura de nobreza e respeitabilidade, o “Jogo Contra a Pobreza”, não passa de uma, simples e inteligente, mistura entre os jogos de futebol da nossa infância e as quermesses da Igreja. Cada um traz os seus amigos, escolhe-se o campo e joga-se até cair para o lado, mas (e a aqui entra a inovação), isto, ao mesmo tempo que se vendem rifas, cuja receita, reverterá a favor de uma instituição.
Foi, portanto, com grande expectativa que acompanhei esta acção humanitária e, confesso, com algum interesse, o jogo. Com as receitas a reverterem para ajuda humanitária às vítimas do sismo no Haiti e 50 mil pessoas na bancada, assistiu-se a um bom espectáculo de futebol. Mas, foi a generosidade de um só jogador, que me deixou enternecido, quando, em determinada altura do jogo verifiquei que existiam duas bolas em campo. A que os jogadores disputavam e, a barriga de Matts Magnusson. É louvável saber, que, mesmo impossibilitado de praticar o desporto que o notabilizou, Magnusson, tenha usado a sua barriga contra a pobreza.

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