terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Alma penada de grau 6

Ontem houve um sismo. É verdade. E em Portugal.
Atingiu a magnitude de 6, na escala de richter, e foi o maior dos últimos 40 anos. Pessoalmente, não senti nada, mas sempre me disseram que sou um pouco insensível.
Nos jornais e televisões, as informações habituais sobre os danos materiais e mortos. As declarações de transeundes que viveram intensamente o sismo e de outros que não o sentiram. Alguns relatos emocionantes de quem viveu o sismo de 1969 e uma reportagem da TVI, com o único sobrevivente, ainda vivo, do terramoto de 1755.
Nada de extraordinário.
Mas foi numa publicação online, que encontrei a única declaração que me chamou a atenção. Não só pela sua beleza factual, mas também pelo potencial revolucionário que nela encontro. Dizia assim:
“Acordei com a cama a abanar. Pensei que fosse uma alma penada e acendi a luz, mas era um sismo. Sandra – Barreiro”
Sei que sismos não são muito comuns em Portugal, mas com a excepção de alguns artigos do jornal O Crime e algumas series de fricção cientifica, não me ocorre a última vez que tenha sido detectada uma alma penada de grau 6 na escala de richter.
É aqui que vejo o potencial revolucionário desta notícia. Tomando-a por base, poderemos assistir a uma revolução na forma como estes fenómenos passarão a ser tratados.
No futuro, telejornais de todo o mundo, poderão ser abertos desta forma:
- Vampiro de grau 7.4, causa morte de três mulheres, deixando outras duas em estado grave;
- Várias casas tremeram e duas ruíram, durante a incidência de um fantasma. O fenómeno apenas atingiu o grau 3.4, mas os danos materiais são enormes.

1 comentário:

Unknown disse...

"... Pensei que fosse uma alma penada e acendi a luz, mas era um sismo."

Soa-me a desilusão...
Até onde pode ir o desespero da solidão. LOL